Lembro que renasci duas vezes
Liberto-me,
A ultima na minha maioridade
Definida e exigida pela própria vida
E continuo com o passar do tempo
Sobrevivendo neste campo...
Com alguns velhos e novos ramos
-Os velhos, que abraçam-me as minhas raízes
Como protecção de todos os que tentam aproximar
Protegem-me dos novos até onde estes permitirem
Fortificam-me de todos os ataques imprevistos
Como um resguardo a todas adversidades da natureza.
-Os novos que crescem e tentam vingar
Pela sua fraqueza, nem sempre o conseguem
Uns que desistem pela luta,
Não sem antes marcar a sua presença
Outros que persistem, acreditam no futuro
Crescem a medo, mas crescem sem parar
Não desistem em fazer parte de mim
Entre os ramos

Não revelo o prazer
Mas também não o nego
Apenas deixo-o transparecer
Ponderado continuo a me envolver
E a deixar-me tocar, pelo inocente crescer
De mais um novo ramo, com a sua vontade de sobreviver
Permito o seu cativar, a sua destemida forma de sorrir e acreditar
Mais um novo ramo, para me compor, mais um novo rumo... seja ele qual for
Continuo o meu fortalecer, neste campo, por vezes ingrato na sua forma de viver
Só entre tantas árvores, solitárias neste viver, como todas, a vontade é... Sobreviver
Abraço-te