segunda-feira, maio 31, 2010

O Sol

Por Terraços e Jardins tudo em mim acontece
Renasço em cada dia de sol
Revivo tudo o que vivi
Nada em mim padece

Pela noite caminho, procuro a tua luz
Vejo os pássaros não cantam
As flores não brilham, não dançam
Todos esperam o nascer do novo dia que nos seduz

Deixo-me levar no pensamento
Aprendo com o que já vivi 
O que me permite continuar
Sempre com muito sentimento

Por terraços, jardins intemporais tudo em mim acontece
Tudo me fortalece ... Seguirei em frente, sem saber para onde
Não caminho, para onde não quero ... Nada em mim padece
A minha transparência revela ... O que quero, o que pretendo
Nada é o que parece ... E revelo o que não me acontece

Só o sol me aquece
Por Terraços e Jardins tudo em mim acontece


Abraço-te

sábado, maio 29, 2010

Sei que um dia saberás



Há dias assim
Que nos deixam sós
A alma vazia
A mágoa na voz
Gastámos as mãos
Tanto as apertámos
Já não há palavras
Foi de tanto as calarmos

Há uma canção
Que não te cantei
Versos por rimar
Poemas que nunca inventei
Quem nos pôs assim
A vida rasgada?
Quem te me levou
Roubou-me a alma
Mas de ti não sabe nada

Há dias assim
Não há que esconder
Recear palavras
Amar ou sofrer
Ocultar sentidos
Fingir que não há
Há dias perdidos
Entre cá e lá

Há uma canção
Que não te cantei
Versos por rimar
Poemas que nunca inventei
Quem nos pôs assim
A vida rasgada?
Quem te me levou
Roubou-me a alma
Mas de ti não sabe nada

Sei que um dia saberás
Que a vida é uma só
Não volta atrás

Quem nos pôs assim
A vida rasgada?
Quem te me levou
Roubou-me a alma
Mas de ti não sabe nada


Song writer(s): Augusto Madureira
Um poema excelente, letra da canção de Portugal


Abraço-te

segunda-feira, maio 24, 2010

Ashes and Snow


Cinzas e Neve

Se você vem a mim neste momento
Seus minutos irão se converter em horas,
Suas horas irão se converter em dias,
E seus dias em uma vida inteira.

À princesa dos elefantes:

Desapareci exactamente há um ano
Naquele dia, recebi uma carta.
Ela me levou de volta ao lugar onde minha vida com os elefantes começou.
Por favor perdoem-me pelo silêncio ininterrupto entre nós durante um ano.
Esta carta rompe com esse silêncio.
Ela marca a primeira de minhas 365 cartas para você.
Uma por cada dia de silêncio.
Eu nunca serei mais eu mesmo do que nessas cartas.
Elas são meus mapas do caminho do pássaro.
e elas são tudo que soube para ser autêntico.

Você irá se lembrar de tudo.
Tudo será como antes.

No princípio do tempo,
os céus estavam repletos de elefantes voadores.
A cada noite eles se deitam no mesmo lugar no céu
e sonhavam com um olho aberto.
Quando você olha fixamente as estrelas na noite,
estará vendo os olhos que não piscam dos elefantes,
que dormem com um olho aberto para nos vigiar melhor.

Desde que minha casa se incendiou eu vejo a lua mais claramente
Olhei para todos os paraísos que se apresentaram a mim.
Vi paraísos que tive em minhas mãos,
mas deixei escapar.
Vi promessas que não mantive.
Dores que não mitiguei.
Feridas que não cicatrizaram.
Lágrimas que não derramei.
Vi mortes que não lamentei.
Preces que não respondi.
Portas que não abri.
Portas que não fechei.
Amantes que deixei para trás
e sonhos que não vivi.
Vi tudo que me foi oferecido,
que não pude aceitar.
Vi as cartas que desejei,
mas nunca recebi.

Vi tudo que poderia ter sido,
mas nunca será.

Um elefante com sua tromba levantada
é uma carta para as estrelas.
O salto de uma baleia para fora d’água
é uma carta do fundo do mar.
Estas imagens
são uma carta para meus sonhos.
Estas cartas são minhas cartas para você.

Meu coração é como uma casa
cujas janelas não foram abertas por anos.
Mas agora ouço as janelas se abrindo.

Lembro-me das garças flutuando sobre
a neve que se derrete do Himalaia
dormindo sobra as caudas dos peixes-boi.
As canções das focas barbudas.
O relincho da zebra.
O grasnar das rãs.
O estalido da areia.
As orelhas dos caracais.
O balanceio dos elefantes.
O salto das baleias.
E a silhueta de um elande.
Lembro-me dos dedos curvos do suricata.
Flutuando no Ganges.
Navegando no Nilo
Subindo pelos degraus
do ******.
Lembro-me de caminhar
pelos corredores de Hatshepsut
e das faces de muitas mulheres.
Mares sem fim
e milhares de quilômetros de rios.

...lembro-me de pais e filhos...

...do sabor...lembro-me...

...

...e de descascar o pêssego...

Lembro-me de tudo…

Mas não me lembro
de ter partido alguma vez.

Lembre-se de seus sonhos.

Lembre-se de seus sonhos.

Lembre-se de seus sonhos.

Lembre.


Quanto mais observo
os elefantes da savana,
mais escuto, e mais me abro.
Eles me lembram de quem sou.
Peço que os elefantes guardiães
escutem meu desejo
de colaborar com todos os músicos
da orquestra da natureza.
Quero ver através dos olhos dos elefantes.
Quero participar da dança que não tem passos.
Quero me converter na dança.

Não posso dizer se você está
se aproximando ou se afastando.
Almejo a serenidade que encontrei
quando olhava sua face.
Talvez se sua face pudesse
ser devolvida a mim agora,
seria mais fácil recuperar
a face que eu pareço ter perdido.
A minha própria.

Pluma ao fogo,
fogo ao sangue,
sangue ao osso,
osso à medula,
medula às cinzas,
cinzas à neve.


Pluma ao fogo,
fogo ao sangue,
sangue ao osso,
osso à medula,
medula às cinzas,
cinzas à neve.

Pluma ao fogo,
fogo ao sangue,
sangue ao osso,
osso à medula,
medula às cinzas,
cinzas à neve.

Pluma ao fogo,
fogo ao sangue,
sangue ao osso,
osso à medula,
medula às cinzas,
cinzas à neve.

Pluma ao fogo,
fogo ao sangue,
sangue ao osso,
osso à medula,
medula às cinzas,
cinzas à neve.

Pluma ao fogo,
fogo ao sangue,
sangue ao osso,
osso à medula,
medula às cinzas,
cinzas à neve.

As baleias não cantam
porque têm uma resposta.

Elas cantam
porque têm uma canção.

O que importa não é
o que está escrito na página.
O que importa é o que
está escrito no coração.

Então queime as cartas
e espalhe suas cinzas sobre a neve,
na margem do rio,
quando chega a primavera
e a neve se derrete
e o rio se avoluma.
Volte às margens do rio
e releia minhas cartas
com os olhos fechados.

Deixe que as palavras e as imagens
banhem seu corpo como ondas.
Releia as cartas, com sua mão
aconchegada sobre seu ouvido.
Escute as canções do paraíso,

Página, após página, após página.

Voe a caminho do pássaro.

Voe.

Voe.

Voe...

Tradução do texto apresentado no documentário de uma hora que acompanha a exposição
Flying Elephants Productions presents "Ashes and Snow", an exhibition by Gregory Colbert. The show has previously migrated to Venice, New York, Santa Monica, Tokyo and Mexico City. Over 9.5 million people have seen Ashes and Snow in the past 5 years. This clip is the second part of the most recent 11-minute cut which highlights the evolution of Gregory Colbert's masterwork. The show will next migrate to Brazil in the fall of 2008/09.

Abraço-te

sexta-feira, maio 07, 2010

Hoje e Sempre



É nos teus raios de sol que desapareço
Confortável e aconchegado pelo seu calor
Nem à minha vontade obedeço
Fujo, fujo de qualquer tipo de dor

Confortável e aconchegado pelo seu calor
A muitos poderá fazer confusão
Este momento apaziguador
Apenas lhes falta a devida atenção


Nem a minha vontade obedeço
Por querer um momento assim
É fácil de o reviver, nem o peço
É difícil para quem não o entende, enfim


Fujo, fujo de qualquer tipo de dor
Ninguém tem de o merecer
Não é para todos o seu calor
Será dor para quem assim entender


É nos teus raios de sol que desapareço
Este momento apaziguador
É fácil de o reviver, nem o peço
Não é para todos o seu calor


Mesmo de uma forma contundente
Abraço-te hoje e sempre, de forma…Diferente


Abraço-te